“O espírita, instruído da finalidade do comunismo, deve ser mais comunista do que o próprio marxista, sob pena de, por si ou seus descendentes, sofrer, como até hoje temos sofrido, as consequências do atraso social, a que permanecerá preso se não se despertar da apatia e do medo.”
– Eusínio Lavigne
 
Neste livro, publicado pela primeira vez em 1955, os espíritas-socialistas Eusínio Lavigne e Sousa do Prado oferecem uma grande contribuição para o debate sobre espiritualidade e política. Diante do conservadorismo e da inação política de grande parcela do movimento espírita, especialmente da Federação Espírita Brasileira (FEB), os autores colocaram o dedo em diversas feridas e travaram embates teóricos com importantes personalidades espíritas do período. Para os autores, o espiritismo não poderia se transformar em mais uma religião alienada, um instrumento de controle social e de docilização a serviço da ordem dominante. Eusínio Lavigne e Sousa do Prado enxergavam o espiritismo como um instrumento de desenvolvimento espiritual, conscientização social e, vinculado ao socialismo e bebendo das contribuições do marxismo, poderia se tornar uma poderosa ferramenta de transformação social. Os espíritas e as questões sociais, relançada agora pela editora Alma Revolucionária, com introdução e notas de Felipe Gonçalves e Raphael Faé, é uma obra fundamental para enriquecer o debate sobre as relações entre espiritualidade, política e socialismo.
 
Por fim, agradecemos à família Lavigne por ceder os direitos autorais do autor, entendendo a importância da divulgação de sua obra. E, como forma de agradecimento, preparamos mais um projeto gráfico primoroso, com pesquisas enriquecedoras!